quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Medalha para um vencedor



Muito antes de chegar à final do quadro Soletrando, Bruno Roberto Santos já era um vencedor. A história de superação do adolescente da Rocinha que ganhou fama nacional no Caldeirão do Huck é comovente e fascinante. Mais que um exemplo de bom aluno para os colegas da rede pública de ensino, Bruno é um exemplo de vida, de que é possível chegar lá mesmo quando as oportunidades são restritas. “Mais que vencedor no quadro Soletrando, o Bruno é um vencedor na vida. E o exemplo dele é maravilhoso. É um incentivo para as nossas crianças da rede municipal. Quem corre atrás chega lá”, afirmou a vereadora Andrea Gouvêa Vieira.
Por trás do menino de hábitos simples, quieto, tímido, que ama a leitura, adora escrever, é fascinado pelos joguinhos de vídeo game e não perde por nada as aulas de matemática e português se esconde um grande batalhador. Morador da Rocinha, o carioca Bruno Roberto, de 15 anos, virou o orgulho da comunidade depois que chegou à final do Soletrando. E se tornou um grande incentivador da Educação na nossa cidade. Mas este não é único exemplo de garra e determinação que Bruno Roberto pode nos dar. Dos dois aos sete anos de idade, ele viveu em um orfanato no bairro de Bento Ribeiro, na Zona norte do Rio. Só depois foi morar com a avó Maria José, no Nordeste. Há dois anos ele voltou ao Rio e foi recebido de braços abertos pela comunidade da Rocinha.
Bruno vive em uma das localidades mais pobres da comunidade, a Vila Verde. Estuda na escola municipal Manoel Cícero, na Gávea, bairro de classe alta, próximo à Rocinha. Para ir à escola, como as outras crianças da Rocinha, enfrenta ônibus cheios, que muitas vezes não param no ponto. É um sufoco. Mas Bruno, como todo brasileiro, não desiste nunca.
E foi nessas condições de perseverança que o menino prodígio conseguiu chegar à final do Soletrando. Não foi fácil. Ele enfrentou estudantes de escolas tradicionais, como a escola Militar. Mas, quem já encarou tantas dificuldades impostas pela vida, não podia desanimar diante de mais um desafio.
Ficou num honroso terceiro lugar. O desempenho do garoto chamou atenção professores, diretores de escolas e até da secretária municipal de Educação, Cláudia Costin.
Para chegar à final, Bruno contou com a ajuda da diretora Sandra Maria Passos e do professor Fernando Alfredo Xavier Pereira. A preparação, digna de um campeão, foi rigorosa. Na última semana, a diretora passava o dicionário com ele, diariamente. Com dedicação de vencedor, ele chegou lá.
Contou com o incentivo dos colegas da escola, da mãe, Lindaci Maria da Conceição, e da vovó Maria José, que veio de Pernambuco para torcer pelo neto. Admirador das praias e da beleza natural do Rio de Janeiro, Bruno tem na ponta da língua a resposta para melhorar a qualidade de vida na nossa cidade: “Para o Rio melhorar, é preciso diminuir a violência, melhorar o atendimento nos hospitais e principalmente a qualidade da Educação”.
E ainda dá um bom conselho aos outros estudantes: “Tenham força de vontade, porque só assim podemos alcançar todos os objetivos. Seja um vencedor, como estou sendo”. Receita de quem sabe o que diz

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